Piaf - um hino de amor

O corpo curvo que se contorce sugere a fragilidade do capim que se verga ao vento, mesmo quando suave. Até que a boca se abre e a vida, em fúria, se expressa toda lâmina, doçura e aridez. A Piaf de Hollywood é menos que a Piaf de Bibi Ferreira e muito menos que a Piaf de Edith, mas não é filme que alguém possa deixar de ver sem lamentar depois. E ver, de preferência, antes que ele vire DVD, exibido em telas minguadas, cercadas de excessiva luz e abundantes badulaques de estantes. “Piaf - Um hino de amor" merece tempo e espaço exclusivos, como aquele que só o escuro do cinema cria.
Destaque para Marion Cotillard, cuja interpretação convincente nos leva da juventude à decrepitude sempre intensas de Piaf.
Oscar à vista!

Nenhum comentário: